Sábado, 17 de Fevereiro de 2007
Entrevista imaginária nº 2- Lista de perguntas e possíveis soluções
Entrevistador: Como caracteriza a sua escrita?
Sophia:
a) Acho que a minha forma de escrever está bastante relacionada com o período da minha vida. Por exemplo, quando tive filhos comecei a escrever contos infantis e poesia para crianças. Costuma-se dizer que somos o conjunto das circunstâncias que nos rodeiam. Acho que isso é muito verdadeiro pois, quando estamos apaixonados, aborrecidos ou alegres, a nossa maneira de ser é uma consequência do nosso estado de espírito. No meu caso, como escrevo o que sinto, é fácil dizer como eu estava no momento em que escrevia o livro.
b) Descrevo a minha escrita como o reflexo da minha pessoa. Acho que todos os escritores escrevem o que sentem e sentem o que escrevem. Escrita sem sentimento é tinta no papel.
c) Penso que a minha escrita é o reflexo da minha história de vida. Tudo o que eu vivo, sinto, vejo e sonho, escrevo. A escrita é uma arte. Um quadro bonito é um quadro que foi feito num período belo, um livro bonito é um livro que foi escrito num período belo.
Entrevistador: Sente que a escrita é um dom ou algo que se adquire?
Sophia:
a) Sem dúvida eu aprendi a escrever lendo, logo adquiri o conhecimento através de outros autores que adquiriram o seu conhecimento de outros autores e de tudo o que viam. A escrita não é algo genético é algo que se aprende. Ler é fundamental para se aprender a escrever.
b) A escrita é um dom que se adquire. Desenhar é um dom que se adquire. Falar é um dom que se adquire. A escrita está em todos nós, temos é que desenvolvê-la.
c) Claro que o dom de escrever adquire-se. Tudo o que sabemos deve-se ao que vemos, ouvimos, sentimos. A escrita é uma arte e um artista é aquele que faz e vê arte.
Entrevistador: Qual a sua opinião sobre a literatura? Evoluiu?
Sophia:
a) Como sempre aconteceu, a literatura tem vindo a inovar-se e superar-se.
Autores como Agustina Bessa Luís, Eugénio de Andrade, António Ramos Rosa, José Craveirinha inovam e renovam a forma dos portugueses lerem.
b) Penso que a escrita tem vindo a evoluir. As pessoas mudam, evoluem. A escrita muda, evolui. A escrita é o pensamento escrito, nunca é igual.
c) O mundo muda, a escrita muda. No entanto, há autores que inovam e outros que não. É dificil avaliar a literatura portuguesa mas, no geral, acho que está em constante evolução.
Entrevistador: O que pensa da criação de filmes a partir de livros?
Sophia:
a) É bom que as pessoas que não lêem, tenham contacto com a mensagem dos livros. Talvez essa seja a melhor virtude desse movimento. No entanto, não se pode ter a mesma mensagem de um livro num filme pois já não é a nossa imaginação que cria as personagens nem os locais.
b) Ler um livro desenvolve e enriquece intelectualmente. Num filme não se pode ter a mesma mensagem de um livro, até porque um livro demora mais que 3 horas a ler, um filme menos do que isso.
c) Do ponto de vista de divulgação de um livro é interessante. Embora tenha essa virtude, nada substitui um livro. Ao ler um livro estamos a pensar na sua mensagem, mas ao ver um filme não estamos com tanta atenção a essa mensagem e estamos com maior atenção aos acontecimentos actores e imagem.
Entrevistador: Qual foi o livro que lhe deu mais prazer a escrever?
Sophia:
a) Talvez " O Cavaleiro da Dinamarca". Esse foi um livro que me deu especial prazer pois é rico em pequenas histórias que o meu avô me contou. Também por ser o tipo de enredo que gosto pois uma viagem é sempre algo de especial. Foi uma história que fiz para os meus filhos, talvez também por isso. Nada me dá mais prazer do que fazer as pessoas que gosto felizes e este livro foi dos que os meus filhos me pediam mais para ler e reler por tanto gostarem dele.
b) Gostei de escrever o livro " A Menina do Mar" por ser um livro um tanto fantasioso. Eu sempre gostei de tudo o que era relacionado com o mar e o oceano. Os meus filhos é que me pediram para escrever esta história, foi bom saber que eles gostavam de ouvir os contos que eu lhes contava. Isso inspirou-me...
c) Não tenho um livro " favorito". Gosto de escrever poesia mas é difícil especificar o livro que mais gostei de escrever.
Entrevistador: Qual foi a parte da sua vida que mais a inspirou?
Sophia:
A) Foi definitivamente a infância. Quando se é criança sonha-se, sente-se vive-se, tudo é mais puro e verdadeiro. É nesse período que ouvimos contos e lendas, é um período de inspiração.
b) A Adolescência foi um período onde tinha que enfrentar muitos desafios e por isso tinha que pensar, pensar muito. Daí vem a grande parte da inspiração poética. Foi talvez o período chave da minha vida. A adolescência é o berço de todos os amores.
c) Acho que toda a minha vida foi uma grande inspiração para mim. Os vários períodos fizeram com que eu escrevesse vários tipos de textos e poesia. A variedade é tudo.
Entrevistador: A nossa entrevista acaba aqui... Gostava de voltar a encontrá-la brevemente.
Sophia:
a) Obrigada. Adeus
b) Obrigada, igualmente
c) Boa tarde e obrigada por tudo
fontes: SPA autores, acedido em 16/02/2007: http://www.spautores.pt/revista.aspx?idContent=107&idCat=104
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